Músculos da Laringe
A musculatura intrínseca é responsável pela produção do som
A musculatura extrínseca realiza a sustentação e a fixação da laringe (esternotireóideos, tiro-hióideos, constritor inferior da faringe, supra-hióideos, infra-hióideos). Já a musculatura intrínseca é responsável pela produção do som propriamente dito como o músculo tireoaritenóideo, o cricoaritenóideo posterior e lateral, os aritenóideos e o cricotireóideo:
a) Músculo tireoaritenóideo (TA):
É um músculo que forma a principal massa das pregas vocais. Eles originam-se no ângulo da cartilagem tireóidea e a inserção localiza-se principalmente no processo vocal. O TA é adutor, tensor e relaxador, ou seja, ele abaixa, encurta e espessa as pregas vocais. Esse movimento de encurtar e abduzir as pregas vocais faz com que ocorra a diminuição das distâncias entre as cartilagens aritenóideas e tireóidea. Como consequência desse movimento, as pregas vocais tornam-se com um feixe mais largo que por sua vez reduzirá a frequência da voz, tornando a voz mais grave.
O tiroaritenóideo medial ou interno é correspondente ao músculo vocal (massa vibrante), chamado de vocalis, vocal ou tireovocal. Esse músculo apresenta suas fibras a partir do tireomuscular até mergulhar no ligamento vocal, inserindo-se no processo vocal. Esse músculo vibra sincronizado com a vibração da mucosa vocal.
O tireoaritenóideo lateral ou tiromuscular está inserido no processo muscular e possui fibras de contração rápida, com menor ação sobre as características da fonação. O feixe superior desse músculo possui algumas fibras que se direcionam para as pregas vestibulares, o que faz pensar que essas fibras participam da fonação vestibular.
Existe também o músculo tireoaritenóideo superior, que tem como função de relaxar as pregas vocais. Atualmente, sabe-se pouco sobre esse músculo. O que se tem conhecimento é que ele inclina a cartilagem tireóidea para trás com o objetivo de relaxar as pregas vocais, sendo que concomitantemente puxa o processo muscular para frente da cartilagem aritenóidea, favorecendo a coaptação glótica.
b) Cricoaritenóideo posterior (CAP):
É um músculo par e o único músculo abdutor (promove a abertura) da laringe, por isso é responsável pela respiração. É conhecido como o músculo da vida. No final da emissão vocal, ele abduz as pregas vocais promovendo a inspiração.
O CAP alonga, eleva e afila as pregas vocais, mantendo a borda livre arredondada. Ele auxilia no fechamento glótico, pois durante a contração desse músculo, ele desloca o processo muscular, abrindo as pregas vocais.
d) Cricotireóideo (CT):
O CT é um músculo par e é considerado um adutor secundário, pois realiza a tensão longitudinal da prega vocal, promovendo o controle de frequência. Ao contrair,a frequência se eleva, tornando o som mais agudo. Além do TA, o outro músculo que pode tensionar ou alongar diretamente as pregas vocais é o CT.
A distância entre a cartilagem tireóidea e os processos vocais aumenta para alongar as pregas vocais e posicioná-la para aumentar a tensão, que é fundamental para mudar a frequência.
Tem origem no arco da cartilagem cricóidea, na região anterior, já a inserção ocorre na borda inferior da cartilagem tireóidea. Esse músculo aduz na posição paramediana, abaixa, estira, alonga e afila a prega vocal. Enrijece as camadas e angula a borda livre da prega vocal.
c) Cricoaritenóideo lateral (CAL):
É um músculo par, que aduz, abaixa e alonga a prega vocal, afilando sua borda livre. É o principal músculo adutor e ao contrair desloca o processo muscular anteriormente, fechando a glote.
Ele aduz, abaixa e alonga as pregas vocais, com isso afila a borda livre, que fica mais arredondada tornando-as mais rígidas. É um músculo largo na forma de leque e tem origem na depressão rasa da face posterior da lâmina cricóidea enquanto que a inserção está no processo muscular da cartilagem aritenóidea.
e) Aritenóideos (AA):
Os músculos aritenóideos são divididos em duas partes: o feixe transverso e feixe oblíquo (mais superficial). Também pode ser chamado de interaritenóideo ou ari-aritenóideo.
O músculo aritenóideo oblíquo é o mais superficial e é formado por diversos fascículos que se originam na face posterior do processo muscular e na face póstero-lateral adjacente da cartilagem aritenóide contrária, formando a forma do “X”. As outras fibras musculares continuam em torno do ápice da cartilagem aritenóidea.
É responsável pela adução e aproximação das cartilagens aritenóideas, promovendo a compressão medial da glote e fechando a região posterior.
Membranas e Ligamentos da Laringe
As membranas e os ligamentos unem as cartilagens laríngeas às estruturas próximas. Os ligamentos intrínsecos ligam as cartilagens entre si ao passo que os ligamentos extrínsecos conectam o osso hióideo com as cartilagens tireóideas e a epligote, além da cartilagem cricóidea com os anéis traqueais.
As membranas laríngeas extrínsecas são a membrana e o ligamento tiro-hióideos, o ligamento hioepiglótico e a membrana cricotraqueal.
A membrana que ocupa o espaço entre o osso hióideo e a margem superior da cartilagem tiro-hióidea, também é conhecida por ligamento tiro-hióideo média e no espaço posterior, entre os cornos tireóideos superiores e o osso hióideo, a membrana é denominada de ligamento tiro-hióideo lateral.
O ligamento hioepiglótico liga o osso hióideo na cartilagem epiglote; a membrana cricotraqueal une a margem da cartilagem cricóidea com a margem superior do primeiro anel traqueal.
As membranas e ligamentos laríngeos intrínsecos são a membrana cricovocal (cone elástico), ligamento cricotireóideo medial, membranas quadrangulares e as pregas ariepiglóticas.
O ligamento cricovocal ou cone elástico conecta as cartilagem cricóidea, as tireóideas e as aritenóideas entre si. Já o cricotireóideo medial é uma estrutura mediana que une a margem superior do arco cricóideo até a margem inferior da cartilagem tireóideo.
As membranas quadrangulares saem das margens laterais da epiglote e da cartilagem tireóide adjacente. As pregas ariepiglóticas são as margens superiores das membranas quadrangulares e possui um tecido submucoso, que formam as pregas ariepiglóticas, elas formam um esfíncter que permite o fechamento da laringe durante a deglutição e para proteger as vias aéreas inferiores.
As pregas vestibulares também são conhecidas como falsas pregas e estão localizadas na região supraglótica. As pregas vestibulares são duas dobras de tecidos e não participam efetivamente do processo fonatório nas circunstâncias normais. No entanto, em sujeitos com fonação vestibular (participação das pregas vestibulares na fonação) ou hipercinesia das pregas vestibulares, a voz encontra-se rouca.
Fisiologia da voz
É muito interessante quem canta conhecer as técnicas vocais e também a parte fisiológica; conhecer o seu instrumento e o seu funcionamento. Um bom conhecimento do seu instrumento possibilita um melhor aproveitamento de todo o potencial existente.
LÁBIOS:
São bordas de mucosa que revestem a boca humana. Sua cor, largura e formato depende da etnia e à características genéticas de seus antepassados.
Há pessoas que possuem um problema de excessiva tensão labial, o que impede a boa mobilidade e flexibilidade. Outras pessoas possuem um tônus labial baixo, flácido.
A posição ideal para os lábios, é aquela que ajuda o rosto a ter uma expressão agradável, feliz. Deve-se evitar puxá-los exageradamente para os cantos ou para frente quando se estiver cantando ou falando, pois isto pode modificar a qualidade sonora.
DENTES:
Os dentes tem a função principal de mastigação, triturando os alimentos. Secundariamente eles são responsáveis pela articulação de alguns fonemas. No que diz respeito à utilização dos dentes na articulação é importante ressaltar que qualquer alteração ou deformidade poderá afetar a dicção e pronúncia de alguns fonemas que influenciará ou prejudicará a comunicação.
PALATO
O palato se divide em 2 partes: o palato duro (céu da boca) e o palato mole (úvula, conhecida como campainha).
O palato duro está envolvido com a projeção da voz, e o palato mole com a formação de sons orais e nasais.
O som, na verdade, é formado por ondas. As ondas só se propagam em linha reta, daí a importância do palato duro aliado a uma boa postura da cabeça:
Sabe-se que as narinas são responsáveis pela ressonância nasal. Porém, o som nasal só será emitido com a “permissão” do palato mole (a úvula).
Para emitir esses sons nasais, a úvula desce. Caso suba, os sons emitidos serão orais.
O excesso ou a falta de nasalidade podem representar sérios problemas de voz, afastando-se da normalidade e modificando o som original que deveria ser produzido.
LÍNGUA:
A língua é o principal órgão da articulação, pois interfere na formação das vogais e consoantes. Cerca de 90% dos problemas que envolvem a língua são de tensão. Isso causa o ressecamento da boca pela retração constante. A tensão da língua não estimula muito a produção de saliva e também interfere consideravelmente na emissão do som.
A língua flácida precisa de tonificação sendo caracterizados pelo acúmulo excessivo de saliva e articulação imprecisa.
A língua deve permanecer numa determinada posição, chamada de “posição de repouso”, ao longo do “assoalho” da boca tocando os dentes inferiores.
FARINGE
A faringe tem a função de ampliar o som, e embora não seja essencial para a articulação, está intimamente ligada à posição assumida pela língua. Seu melhor desempenho dependerá do comportamento da língua.
A ampliação do som será tanto melhor quanto melhor for o espaço que o som puder ocupar dentro da boca.
LARINGE:
A laringe é um órgão curto, constituído de cartilagens, músculos e ligamentos. Está localizada na região do pescoço, entre a quarta e sexta vértebra cervical, conectando a faringe à traqueia. Seu tamanho é variável, sendo maior em homens, em face da influência de hormônios. Exerce função respiratória e fonatória, e também impede a entrada de partículas estranhas nas estruturas respiratórias.
PREGAS VOCAIS:
Par de lábios simétricos formado por um músculo e um ligamento elástico localizado na laringe abaixo da epiglote. Quando respiramos as pregas vocais ficam afastadas, quando falamos ou cantamos elas se aproximam e vibram.